Alergia, Sensibilidade e Intolerância: qual a diferença?
Publicado em: 10/06/2019, 18:36
No momento de diferenciar alergia, intolerância ou sensibilidade a determinadas substâncias, ocorrem certas confusões que provam que os três conceitos não estão claramente distintos para grande parte das pessoas.
Entre essas três condições existem diferenças que vão desde as causas, passando pelos sintomas manifestados até a forma de tratamento.
Quer entender melhor como diferenciar alergia, sensibilidade e intolerância? Continue lendo este texto!
Alergia
A alergia se caracteriza pela reação de defesa do corpo, acionada pelo sistema imunológico, frente a alimentos ou substâncias que nosso organismo não reconhece.
Esse não reconhecimento leva a uma reação dominó de respostas por imunoglobulinas do tipo E e IgE. A intensidade da ação das imunoglobulinas liberadas dependerá da sensibilidade da pessoa que ingeriu ou entrou em contato com alérgenos e da quantidade ingerida.
O diagnóstico é dado por meio de dois exames:
- RAST: exame de sangue recomendado para buscar a presença de anticorpos responsáveis pela alergia para o alimento ou substância suspeitos de desencadear a reação.
- Teste cutâneo: realizado na parte mais superior da pele utilizando alérgenos das substâncias suspeitas. Vinte minutos após o exame é possível realizar a leitura dos resultados e indicar quais substâncias apontam resultados positivos.
Nos dois casos, o diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde.
Quanto a seu surgimento, os indivíduos podem manifestar alergia desde seu nascimento ou ela pode surgir a ao longo da vida. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), em alguns casos pode ocorrer a regressão da alergia, o mais comum é que isso ocorra quando a surge em crianças de 3 a 5 anos.
As reações alérgicas se manifestam na pele, no sistema digestório e/ou respiratório e se caracterizam por ocorrer logo após o contato com a substância causadora. Devido à possibilidade de um choque anafilático, é necessária intervenção urgente em casos de alergia.
Reação Anafilática
Também conhecida como choque anafilático, pode ser causada por venenos de insetos, alergias a alimentos ou medicamentos. Essa reação se caracteriza por uma resposta sistêmica do organismo que pode trazer como sintomas:
- coceira generalizada,
- rouquidão,
- diarréia,
- tosse,
- dor de barriga,
- vômitos,
- aperto no peito,
- queda de pressão arterial,
- arritmias cardíacas e
- colapso vascular.
O choque anafilático é uma reação que necessita de socorro imediato, ocorre de forma súbita e pode ser fatal. É importante que em casos de choque anafilático profissionais da saúde sejam acionados e o indivíduo seja levado ao hospital mais próximo com urgência.
Para quem possui uma alergia é importante tomar algumas medidas preventivas, as quais podem auxiliar em caso de contato inesperado com substâncias que dêem início à uma reação anafilática, como:
- use um bracelete ou um colar que demonstre para as pessoas ao seu redor que possui a alergia, assim elas podem identificar o problema em caso de reação;
- peça ao médico um kit de tratamento de choque e leve-o consigo sempre;
- saiba aplicar em si mesmo(a) a injeção de emergência, ela será o que te dará tempo suficiente para chegar ao atendimento médico.
Tratamento
Não existem, atualmente, tratamentos para a prevenção de alergias. Apesar disso, após o diagnóstico, é possível utilizar de medicamentos que são essenciais para os tratamentos de crises alérgicas.
Portanto, é importante que os médicos ofereçam orientações de possíveis medicamentos e maneiras de evitar contato com alérgenos para os pacientes e seus familiares.
Sensibilidade
A sensibilidade possui reações parecidas com a alergia. É causada por uma reação exagerada do sistema imunológico perante o contato com pelos de animais, descamações, pólen, mofo, proteínas alimentares, etc.
Mas, diferentemente da alergia, as reações do organismo ocorrem de maneira atenuada, podem demorar de 45 minutos a 3 dias para se manifestar e são concentradas no sistema gastrointestinal, gerando sintomas como diarreia, vômito, inchaço do abdômen.
Além disso, também podem ocorrer algumas manifestações na pele como inchaço e erupções, e ocasionais dores de cabeça.
Tratamento
A sensibilidade, por não possuir a mesma intensidade da alergia, pode ser tratada inicialmente com anti alérgicos, que podem ser adquiridos em farmácias sem receita médica. Mas a consulta e acompanhamento médico são indispensáveis para que o diagnóstico seja feito da maneira correta e o tratamento seja o ideal para a intensidade da reação.
Intolerância
Diferentemente das duas condições anteriores, a intolerância não possui envolvimento algum com o sistema imunológico, ela é uma reação exclusiva do sistema digestivo.
Nos casos de intolerância, o sistema digestivo é incapaz de processar determinados alimentos devido a ausência de da enzima que realizaria a digestão. Por exemplo, em pessoas intolerantes à lactose, não possuem a enzima lactase, que realizaria a digestão do principal açúcar o leite.
Dessa forma, o alimentos não são absorvidos de forma natural e causam efeitos colaterais como o vômito, diarréia, prisão de ventre, flatulência, úlcera, náuseas, dor, desconforto e inchaço abdominal.
A ausência de enzimas digestivas não é a única causa da intolerância, ela também pode existir por síndrome do cólon irritável, úlceras, alergias alimentares, doença celíaca e outras doenças crônicas relacionadas à ingestão alimentar.
Tratamento
A solução para quem possui algum tipo de intolerância é buscar ajuda médica para realizar um diagnóstico apropriado.
Por possuir diversas causas, existem diferentes tipos de tratamento.
Em casos como a intolerância à lactose, é possível ingerir a enzima através de pílulas antes de ingerir o alimento, evitando o desconforto. Em outras situações, como a doença celíaca, não há nada que se possa fazer além de evitar os alimentos que causam as reações indesejadas.
O que fazer?
O diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde. A semelhança entre os sintomas torna difícil diagnosticar por conta própria a causa real.
Um diagnóstico equivocado pode levar a mascarar distúrbios metabólicos e oferecer riscos à saúde, além da privação desnecessária de determinados alimentos ou situações.
É importante levar em conta que outras disfunções do sistema gastrointestinal podem possuir sintomas semelhantes, causando confusão de diagnóstico, se feito sem acompanhamento médico correto.
Para evitar essas situações, os médicos avaliam o histórico dietético, tempo e tipo de reação, existindo a possibilidade de solicitar exames sanguíneos, orais ou de pele para chegar a uma conclusão precisa.
Até o momento, não existe um medicamento específico para prevenir a alergia alimentar. Uma vez diagnosticada, são utilizados medicamentos específicos para o tratamento dos sintomas (crise) sendo de extrema importância fornecer orientações ao paciente e familiares para que se evite novos contatos com o alimento desencadeante.
Para quem já foi diagnosticado, é importante seguir algumas dicas para evitar exposição a fatores que desencadeiam crises:
- leia as informações dos rótulos de produtos industrializados atentamente;
- evite os alimentos dos quais não têm certeza da composição;
- em casos de doença celíaca, evite alimentos que podem possuir contaminação cruzada;
- em caso de alergia, leve sempre contigo um kit de emergência e tenha contatos médicos a disposição.
Conheça nossos principais exames, dentre eles, o de alergias!