Câncer de pele é tema do Dezembro Laranja
Publicado em: 25/11/2021, 21:02
Em dezembro, começa o verão, e com ele ocorre o aumento na exposição solar. Por esse motivo, é importante lembrar nesse mês da importância do cuidado com a pele!
A Campanha Dezembro Laranja se iniciou em 2014 e, desde então, temas, como prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pele, têm sido cada vez mais comentados no nosso dia a dia.
O câncer de pele é o tipo mais comum no mundo. Ao longo dos anos, ocorreu um aumento no número de casos e de óbitos devido a essa doença. Em razão disso, o diagnóstico precoce é de extrema importância, por seu grande impacto no combate à doença.
Tipos principais de câncer de pele
1-Melanoma
É o tipo mais agressivo. Representa 1% dos casos de câncer de pele, mas é o responsável pela maioria dos óbitos pela doença. Seu diagnóstico tardio pode levar a metástases envolvendo o sistema nervoso central e os pulmões. Apesar de sua gravidade, o diagnóstico precoce possibilita um bom prognóstico e grandes chances de cura.
O que aumenta o risco para melanoma?
Sol! A exposição aguda aos raios UV (queimaduras) é bastante associada ao desenvolvimento dessa enfermidade. O risco é muito maior quando se compara ao padrão de exposição contínua, ao longo da vida, padrão este mais relacionado aos do tipo não melanoma.
Além disso, entre 7 e 15% dos melanomas ocorrem em pacientes com histórico familiar da doença, o que evidencia os fatores genéticos envolvidos.
Nem todas as manchas escuras são câncer de pele, mas servem de alerta!
Nevos melanóciticos, por exemplo, são lesões planas ou elevadas (pintas) de coloração variada que podem ser congênitas ou adquiridas ao longo da vida. Apesar de, na maioria das vezes, serem totalmente benignos, sua presença pode ser considerada como um fator de risco importante para melanoma, pois cerca de 25% dos casos se originam de nevos pré-existentes.
É muito importante ter em mente que os subtipos de melanoma podem se originar de diferentes lesões, mas o desenvolvimento do câncer envolve também mutações genéticas.
Acesse também nosso conteúdo técnico sobre o estudo histoquímico para BAP1
Sinais e sintomas
O câncer de pele melanoma pode surgir na pele normal, com o aparecimento de pintas escuras com bordas irregulares, mas também pode se originar de uma mancha pré-existente, na qual se observa aumento no tamanho e mudanças na forma e na coloração.
A regra do ABCDE
Assimetria, Bordas irregulares; Cor variável; Diâmetro maior que 6 mm e Evolução (mudanças no tamanho, forma e cor) são consideradas como sugestivas e a presença desses sinais deve chamar a atenção para a procura por um dermatologista. Essas características fazem parte da regra do “ABCDE”, que é adotada internacionalmente.
1- Não Melanoma
No Brasil, corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos do país. Em contrapartida, são os de menor mortalidade.
Felizmente, quando diagnosticados precocemente, têm como característica seu alto potencial de cura, pois tem evolução lenta e baixo poder metastático. Mas a descoberta tardia e a ausência de tratamento podem levar os pacientes a desfechos traumáticos, como mutilações.
O câncer de pele não melanoma se origina na divisão anormal das células que compõem a pele. De acordo com o tipo celular afetado, são definidos seus subtipos, sendo os dois principais: carcinoma basocelular (CBC) e carcinoma epidermóide ou espinocelular (CEC).
O CBC acomete as células mais profundas da pele e é mais frequente em regiões do corpo expostas ao Sol, como: face, ombro e costas. Raramente, desenvolve-se em regiões não expostas.
O CEC é o segundo tipo mais comum entre os tumores de pele, manifestando-se nas células das camadas mais superiores. Além da exposição aos raios ultravioleta (UV), pode estar associado a feridas crônicas e a cicatrizes.
Tomar muito Sol também é fator de risco para os do tipo não melanoma?
Sim! A diferença é que, nesse tipo de câncer de pele, é a exposição crônica (ao longo da vida) que representa maior risco. Há fatores, como:
− Idade acima dos 40 anos;
− Pele, olhos e cabelos claros;
− Histórico de doenças cutâneas ou de câncer de pele.
Sinais e sintomas
Manchas na pele com prurido e ardência;
Feridas que não cicatrizam em até quatro semanas;
Manchas similares a verrugas ou pápulas avermelhadas com crostas centrais.
Diagnóstico do câncer de pele
O diagnóstico inicia pelo exame clínico, no qual o dermatologista avalia as camadas de pele. A confirmação é feita por meio da biópsia, a qual é enviada ao laboratório para o exame histopatológico, que permite avaliar a extensão da lesão e o quanto acometeu o tecido.
Em casos de metástase, o médico pode solicitar o histopatológico de linfonodos ou de outras regiões. Nesses casos, os exames citopatológicos podem ser importantes ferramentas auxiliares para o diagnóstico.
Apesar de o exame histopatológico ser confirmatório, nem sempre é suficiente para a identificação do melanoma, pois muitas vezes pode mimetizar outras neoplasias, como sarcomas e linfomas. Nestes casos, a imuno-histoquímica auxilia o patologista na interpretação diagnóstica.
Os exames moleculares, como já mencionado, são extremamente importantes tanto no diagnóstico como na predição de tratamento do melanoma. A identificação de determinados oncogenes pode significar aumento da proliferação celular e falhas nos mecanismos das células. Mutações nos genes BRAF, KRAS, NRAS, BAP1, CDKN2A e CDK são alguns dos importantes biomarcadores do melanoma.
Exame imuno-histoquímico mostrando positividade para melanoma (coloração marrom).
Tratamento do câncer de pele
O câncer de pele é, na maioria das vezes, tratável e curável. Para isso, o diagnóstico e o tratamento devem ser feitos o mais precocemente possível.
Os tratamentos variam de acordo com o tipo e a extensão do tumor. No caso de não melanoma, em geral, são tratamentos cirúrgicos ou procedimentos a laser.
O tratamento do melanoma também pode ser cirúrgico, a depender da extensão, da agressividade e da localização do tumor. Os casos metastáticos não têm cura, mas a evolução dos métodos terapêuticos pode proporcionar maior sobrevida e melhor qualidade de vida aos pacientes. Testes moleculares são extremamente importantes nestes casos, pois por meio deles, os médicos fazem a escolha do tratamento, de acordo com o perfil genético do tumor.
Conheça nossos principais exames
Quanto mais cedo o diagnóstico correto for feito, maiores as chances de cura. É muito importante buscar um médico quando são identificadas: manchas, sinais ou pintas.
Para um diagnóstico fidedigno, é essencial que o dermatologista possa contar com médicos especialistas em Dermatopatologia nos resultados de biopsia, imuno-histoquímica e patologia molecular, além de uma gama de opções de exames para diagnóstico diferencial ou complementar.
Ofereça uma parceria aos dermatologistas e clínicos com o que há de melhor e mais novo no diagnóstico do câncer de pele.
Referências
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