Entendendo o que aconteceu com a Dengue no Brasil
Publicado em: 14/05/2024, 18:13
A dengue já é bem conhecida da população brasileira. Anualmente, afeta o nosso país nos meses de calor. Porém, em 2024, os casos da doença alcançaram uma incidência altíssima, chegando a mais de 2 milhões apenas nos primeiros três meses.
Mesmo com as inúmeras campanhas de conscientização e de prevenção realizadas ao longo dos anos, a contaminação pelo mosquito Aedes aegypti está aumentando no Brasil. A seguir, vamos dar mais detalhes sobre essa situação, além de dicas e recomendações para proteger você e a sua família.
Recorde de casos de dengue no Brasil
A dengue é uma das doenças denominadas arboviroses, transmitidas por artrópodes, no caso, o mosquito Aedes aegypti. Os vírus da dengue (DENV) são da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus, e, até o momento, 4 sorotipos diferentes foram identificados: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Para o povo brasileiro, a presença dessa infecção não é novidade, já que ela tem um padrão sazonal, que se repete entre os meses de outubro e maio. Porém, alguns aspectos, como saneamento básico deficiente, mudanças climáticas, crescimento extremo da população e urbanização, podem ter aumentado a sua incidência.
Até março de 2024, o número de casos registrados é de mais de 2 milhões, um recorde histórico. Segundo relatório do Ministério da Saúde, em 21 de março, já havia mais de 682 mortes registradas, com outras 1042 em investigação.
O ano de 2023 foi considerado o ano mais quente da história. O desequilíbrio no clima afetou o volume de chuvas e a temperatura. Com isso, o Brasil acabou se tornando ainda mais propício para a proliferação do mosquito, que se reproduz em água parada. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, 75% dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro dos lares brasileiros, em locais com água acumulada, limpa ou suja.
A situação ligou um alerta em todo o planeta, com a mídia internacional e as autoridades de saúde globais dizendo que a crise pode ser o início da dengue como uma endemia em outros países também, como no sul do continente europeu e nos Estados Unidos. Inclusive, no continente norte-americano, a dengue tem se espalhado em regiões onde era rara ou nunca antes registrada.
Quais são os principais sintomas da dengue?
Por causar sinais inespecíficos, que são comuns a outras doenças frequentes, como gripes ou resfriados, no início pode ser difícil identificar a dengue. Portanto, o paciente deve ficar atento se tiver:
Febre alta, maior que 39°C com início repentino;
Manifestação de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares e/ou articulares, dor abdominal intensa, dor atrás dos olhos, vômitos persistentes ou letargia.
Outros sinais exigem maior atenção, como sangramentos no nariz, nas gengivas e surgimento de pequenas manchas vermelhas no corpo, que indicam piora do quadro clínico e hemorragias. Logo no início da febre, já é recomendado buscar assistência médica.
É importante ficar de repouso, ingerir água constantemente e não se automedicar, buscando atendimento de urgência em caso de sinais de alarme, especialmente sangramentos.
O que fazer para evitar casos de dengue?
Veja algumas dicas para prevenir a infecção em sua casa e ajudar a diminuir a incidência geral da doença:
Tome a vacina
A vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023, porém, ainda está disponível apenas para grupos restritos. Informe-se sobre a disponibilidade em postos de saúde da sua cidade e também em estabelecimentos de saúde particulares.
Evite a presença do mosquito
Usando telas nas janelas e repelente, é possível evitar que o Aedes aegypti entre em sua casa ou pique você e sua família.
Previna a formação de focos do mosquito
Já que o transmissor se reproduz em locais com água parada, tome todo o cuidado para vedar caixas-d'água e reservatórios, desobstruir calhas, lajes e ralos e não deixar a água em nenhum recipiente aberto, como potes e garrafas.
Faça a sua parte para combater a dengue
Controlar e diminuir a contaminação da doença não é responsabilidade apenas dos órgãos governamentais, mas de todos nós. Siga essas dicas e fique atento aos sintomas, procurando assistência médica, caso eles se apresentem.
Dedique-se a essa causa para que possamos, juntos, superar essa situação.