Dezembro Laranja: câncer de pele é o mais frequente no Brasil e a prevenção é o melhor caminho
Publicado em: 06/12/2022, 13:34
Iniciamos o mês de dezembro, época das festividades, das férias e do início do verão. Neste período, curtimos os momentos em família e aproveitamos os dias de Sol e calor. Por isso, nada melhor do que trazer um tema da saúde muito importante e que merece atenção: o câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, onde um dos tipos, corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. As estimativas também apontam cerca de 176.930 novos casos diagnosticados em cada ano do triênio de 2020 a 2022, sendo a maioria dos casos em mulheres.
Tendo em vista o crescimento de números de casos da doença ao longo dos anos, em 2014 foi criada a Campanha Dezembro Laranja, no intuito de conscientizar a população sobre a importância da prevenção.
Vamos saber mais sobre o assunto? Confira a seguir.
O que é o câncer de pele e quais os seus tipos?
O câncer de pele surge quando as células que compõem o órgão crescem de forma anormal e desordenada. Isso pode acontecer, principalmente, devido ao efeito cumulativo causado por longas exposições aos raios solares Ultravioleta A e Ultravioleta B, os quais danificam a barreira protetora do órgão. A doença é dividida em dois tipos:
Melanoma – tem origem nos melanócitos (células produtoras da melanina, proteína que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos, podendo se manifestar na pele ou em mucosas na forma de manchas, pintas ou sinais. Em pessoas de pele negra, é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.
O melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas da pele, porém, é o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (quando o câncer se dissemina para outros órgãos).
No melanoma, as lesões variam do castanho-claro, passando por várias tonalidades, até chegar à cor negra e também podem apresentar área com
despigmentação. Os sinais crescem e se alteram de forma progressiva, podendo, em alguns casos, formar nódulos visíveis e palpáveis.
Não melanoma – É o tipo mais frequente de câncer de pele e de menor mortalidade, porém, se não tratado adequadamente, pode deixar mutilações bastante expressivas. O câncer de pele não melanoma é dividido em dois subtipos: basocelular e epidermoide.
O carcinoma basocelular se origina na camada mais profunda da epiderme (parte exterior da pele). O subtipo basocelular representa 70% dos casos, mas é o tipo menos agressivo, entretanto pode danificar as camadas da pele e invadir os tecidos ao redor. Ele se origina na camada mais profunda da epiderme (parte externa da pele) e pode apresentar desde alterações discretas até feridas que sangram e que não cicatrizam. Seu diagnóstico é feito com base em uma ferida ou nódulo, e se desenvolve lentamente.
Já o carcinoma epidermóide tem origem na camada superficial da epiderme, surgindo geralmente nas áreas mais expostas ao Sol, mas pode se desenvolver em qualquer região do corpo (inclusive em regiões genitais). Em fases iniciais se manifesta por áreas avermelhadas com lesões bem definidas e de bordas regulares. Apesar de evoluir de maneira rápida, possui um ótimo prognostico e raramente evolui para formas graves.
Sintomas do câncer de pele
É importante destacar que, diante de qualquer sintoma ou desconfiança é fundamental procurar um médico para o diagnóstico da doença. Porém, os principais sintomas, nos casos de não melanoma, são as feridas na pele, cuja cicatrização demore mais de quatro semanas, tenham variação na cor de sinais pré-existentes, manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram.
Nos casos de melanoma, a manifestação da doença pode surgir na pele normal após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares, acompanhada de coceira e descamação. Se houver lesão pigmentada pré-existente, ocorre o aumento no tamanho, alteração na coloração e na forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares.
ABCDE do câncer de pele
Com o objetivo de auxiliar na percepção das alterações nas manchas e pintas, foi criado o método ABCDE, que é uma espécie de autoexame, ou seja, você mesmo pode analisar as pintas e manchas que surgem no corpo, as características e alterações delas. Confira como funciona:
• Assimetria – verifique se os lados opostos de uma pinta são iguais;
• Bordas – veja se a borda está irregular, serrilhada e não uniforme;
• Cor – verifique se a pinta ou mancha apresenta várias tonalidades: negro, vermelho, marrom, cinza e/ou azul, (muito comum no melanoma);
• Diâmetro – preste atenção no tamanho da pinta ou mancha, geralmente o melanoma está em lesões maiores de 6 mm;
• Evolução – caso uma pinta ou mancha cresça de forma rápida, mude de cor ou formato, procure um médico especialista na área.
Diagnóstico e prevenção
Sabemos que, para qualquer doença, o diagnóstico precoce é essencial para a eficácia do tratamento. No caso do melanoma sua evolução pode ser agressiva e tem potencial de se espalhar para outros órgãos. Por isso, tomar consciência da gravidade da doença é fundamental. Principais dicas de prevenção:
• Evite a exposição ao Sol no horário das 10h às 16h;
• Use chapéus e bonés, camisetas com proteção solar UV;
• Abuse do protetor solar com índice FPS de no mínimo 30, diariamente.
O avanço da medicina nos traz muitas formas de diagnóstico, desde os mais simples, como o exame clínico, até identificação de mutações genéticas e oncoproteínas.
O DB possui um portfólio amplo de exames laboratoriais, confira abaixo nossos principais testes para o diagnóstico do câncer de pele:
- CITOL: Citopatológico de líquidos e raspados cutâneos
- BPELE: Histopatológico de biopsias de pele
- PECP: Histopatológico de peças pequenas
- HISTQ: Imuno-histoquímica - painel ampliado, acima de 5 marcadores
- IHQU: Imuno-histoquímica para anticorpo único
- MELAN: Painel Melanoma por NGS (pesquisa de mutações dos genes BRAF, NRAS e KIT)
- PAIMEL: Painel para melanoma
- PBRAF: Pesquisa de mutação no gene BRAF, por PCR
- PNRAS: Pesquisa de mutação no gene NRAS, por PCR
- D816V: Pesquisa de mutação no gene KIT, por PCR
- MIAS: Atividade inibitória do Melanoma
Tratamento
Geralmente o tratamento para o câncer de pele é cirúrgico, porém, em casos de doença mais avançada, a radioterapia e a quimioterapia podem ser recomendadas.
Atualmente existe formas personalizadas de tratamento, onde drogas específicas são utilizadas quando o paciente possui metástase.
É fundamental estar atento a qualquer sinal na pele e buscar orientação médica, a prevenção e os cuidados diários são sempre os melhores caminhos. Quer saber mais sobre o câncer de pele? Acesse o link e confira.