Exame de meningite: como é feito e qual o diagnóstico?
Publicado em: 20/04/2019, 16:13

O Dia Mundial de Enfrentamento à Meningite foi definido para 24 de abril. O objetivo desta data é lembrar a população sobre os sintomas da doença, da vacinação e da relevância em buscar ajuda médica imediatamente em caso de suspeitas, realizando um exame de meningite o quanto antes.
Para se ter uma ideia, em 2018, o Ministério da Saúde contabilizou mais de 3 mil mortes causadas pela doença, resultando um total de 15.706 casos no ano.
Se você quer saber mais sobre a meningite, seus sintomas e como é realizado o exame de meningite para diagnóstico da doença, continue lendo o artigo. Boa leitura!
O que é a meningite?
A meningite se caracteriza pela inflamação das meninges, que são membranas protetoras do sistema nervoso central.
O problema dificulta o transporte de oxigênio para as células do organismo — ocasionando lesões motoras, mentais e auditivas.
A doença é contagiosa e pode ser fatal, por isso a realização de um exame de meningite é essencial para o diagnóstico precoce e início imediato do tratamento.
Existem diversos tipos da doença, sendo a meningite viral e a meningite bacteriana as mais comuns e capazes de causar surtos.
A meningite pode atingir pessoas de todas as faixas etárias, mas ocorre com mais frequência em pessoas que estão com o sistema imunológico fragilizado, como é o caso de idosos e crianças (principalmente, as menores de dois anos).
Como a meningite é causada?
Para responder essa pergunta com mais precisão, separamos as meningites nos seus quatro tipos: viral, bacteriana, fúngica e eosinofílica. Entenda abaixo quais são as suas especificidades:
Meningite viral
De todas as meningites, essa é a causa mais comum. O lado positivo é que a pessoa infectada consegue se recuperar da doença sem um tratamento específico.
Ainda assim, a realização de um exame de meningite é essencial para confirmar o tipo e orientar a conduta médica adequada.
Sua transmissão ocorre, principalmente, por meio da saliva ou pelas fezes, sendo mais comum em crianças com menos de cinco anos de idade.
Em casos suspeitos, o exame de meningite deve ser solicitado com urgência para evitar complicações e garantir um diagnóstico preciso.
A transmissão da meningite viral ocorre com mais intensidade durante o fim do verão e início do outono pelos seguintes vírus responsáveis:
- Enterovírus
- Vírus do Herpes simples (HSV)
- Arbovírus;
- Arenavírus;
- Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
Meningite bacteriana
Ao contrário da meningite viral, a meningite bacteriana é a mais grave de todas. Sua transmissão também ocorre por meio da saliva contaminada com a bactéria. Quando ela entra na corrente sanguínea, chega até o cérebro — causando os sintomas descritos no próximo tópico.
Sua transmissão também pode ocorrer por meio de alguma fratura ou infecção no ouvido. As principais bactérias que transmitem a doença são:
- Streptococcus Pneumoniae;
- Neisseria Meningitidis;
- Haemophilus influenzae;
- Listeria Monocytogenes.
Meningite fúngica
O que caracteriza a meningite fúngica é a sua raridade de casos constatados e a sua causa, que ocorre por meio de fungos do tipo Cryptococcus Coccidioides (que crescem geralmente em leveduras). Eles se propagam a ponto de levar a meningite a um quadro crônico.
Pessoas que possuem enfermidades como diabetes, HIV ou algum câncer possuem maior probabilidade de contrair essa meningite.
Outros fungos que podem causar a meningite fúngica são:
- Candida;
- Aspergillus;
- Histoplasma;
- Blastomyces;
- Mucor.
Meningite eosinofílica
Por último, a meningite eosinofílica também é outro tipo raro da doença. Ela é contraída após o consumo de carne animal contaminada com o parasita Angiostrongylus Cantonensis, responsável por infectar animais como lesma, caranguejo, caramujo e o caracol.
Quando esse parasita se aloja na nossa corrente sanguínea, possui enormes chances de alcançar o córtex cerebral, causando a meningite.
Quais são os sintomas da meningite?
A meningite viral é mais leve, tem sintomas bem parecidos com os de uma gripe ou resfriado e costuma ser tratada em até duas semanas.
Sintomas da meningite viral
- rigidez da nuca;
- sensibilidade aumentada à luz;
- dor de cabeça;
- febre;
- vômitos.
A situação fica mais grave quando a doença é causada por bactéria, já que o risco de comprometimento cerebral é maior. Nesses casos é comum que seja necessária internação.
Sintomas da meningite bacteriana
- febre alta;
- rigidez da nuca;
- forte dor de cabeça;
- náuseas;
- dor no pescoço;
- manchas vermelhas na pele (característica apresentada na meningite meningocócica).
Sintomas da meningite fúngica
- febre;
- dor de cabeça;
- torcicolo;
- náusea;
- vômito;
- fotofobia;
- confusão mental.
Sintomas da meningite eosinofílica
- dor de cabeça forte;
- rigidez na nuca, dor e dificuldade em mexer o pescoço;
- náuseas e vômitos;
- febre baixa;
- formigamento no tronco, braços e pernas;
- confusão mental.
Como realizar o diagnóstico de meningite?
O diagnóstico e o tratamento da meningite devem ser realizados o mais rapidamente possível, para evitar mortes ou sequelas neurológicas. Além da avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente, um exame laboratorial é realizado por meio da coleta por punção lombar para confirmar o diagnóstico.
Nele, é coletada uma pequena amostra do líquor, ou líquido céfalo-raquidiano, do canal vertebral. O objetivo é analisar se existe a presença do micro-organismo causador da infecção das meninges, em conjunto com a avaliação dos parâmetros bioquímicos na amostra coletada.
Também é comum a realização de exames de sangue e urina para saber qual é o estado geral de saúde do paciente. Em alguns casos também podem ser solicitados exames de imagem, como a tomografia computadorizada.
Quais são os fatores de risco?
Existem alguns fatores que podem aumentar o risco de contrair a doença. Confira:
- a idade: de acordo com a idade, a meningite pode afetar com mais facilidade;
- estar grávida: durante a gravidez, as mulheres possuem maior chance de contrair a meningite por conta da bactéria Listeria Monocytogenes, que se aloja com mais facilidade no corpo durante esse período;
- baixa imunidade: a meningite também é mais comum em pessoas com a imunidade baixa, ou aquelas que possuem doenças que prejudicam o sistema imunológico, como a AIDS.
Conclusão
A meningite é contagiosa e é importante ter alguns cuidados no dia a dia para evitá-la. Lavar as mãos com frequência, não compartilhar utensílios de uso pessoal, manter os ambientes limpos e arejados e higienizar bem os alimentos, são atitudes simples que pode manter você afastado dos vírus e das bactérias.
A informação é uma grande aliada e pode salvar vidas. A meningite é uma doença séria e deve ser prevenida. Quer saber de mais conteúdos como este, não deixe de acessar o nosso blog!