Hematologia clínica: evoluções no diagnóstico das doenças hematológicas
Publicado em: 02/08/2019, 13:59
Você sabe o que são as doenças hematológicas? Conhecidas também como doença do sangue, elas estão diretamente relacionadas a uma alteração nos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos ou plaquetas no nosso sistema. Essas doenças são identificadas pela hematologia clínica.
Diversos avanços tecnológicos estão ocorrendo nesse cenário, o que colabora na descoberta e prevenção das doenças relacionadas à hematologia. Falaremos dos principais pontos nesse artigo.
Especialização em hematologia humana
Dentro das especialidades médicas, a responsável por essa área é a hemotologia.
Algumas tratamentos realizados por esta especialidade:
- o tratamento de distúrbios hemorrágicos, tais como a hemofilia e púrpura trombocitopênica idiopática;
- tratamento de malignidades hematológicas, tais como linfoma e de leucemia;
- tratamento de hemoglobinopatias e anemias;
- ciência da transfusão de sangue e o trabalho de um banco de sangue;
- medula óssea e transplante de células tronco.
Para ser um especialista na área é necessário, ao término da universidade de medicina, realizar uma especialização em clínica médica. Logo após, é realizado um processo seletivo de acesso à hematologia e hemoterapia, com duração aproximada de dois anos.
Como um problema pode ser identificado e tratado
Nossas células possuem funções distintas. No caso dos glóbulos brancos ou leucócitos, que perpassam pelo nosso sangue, sua função é defender o organismo. Já as plaquetas realizam a coagulação. As funções primordiais dos glóbulos vermelhos são: a de transportar oxigênio dos pulmões aos tecidos.
A quantidade de cada um deve resultar em benefícios para o nosso organismo, quando há um excesso ou uma falta, pode significar a presença de alguma doença, que pode ser identificada por um exame de hemograma completo.
Principais doenças hematológicas
Abaixo listamos as principais doenças hematológicas:
Talassemia
A talassemia é uma doença hereditária oriunda dos habitantes dos países banhados pelo mar Mediterrâneo. Sua principal característica é a produção anormal de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos presentes no organismo.
Ela pode se manifestar das seguintes formas: minor (produz um grau de anemia leve), intermediária (quando as consequências não são graves) e major (também conhecida como anemia de Cooley, é a forma mais grave da doença).
Aqueles que são portadores da talassemia major precisam passar por transfusões de sangue regulares, além de fazer o uso de medicamentos para tirar o excesso de ferro que se acumula com o tempo nos órgãos, provocado pela terapia transfusional utilizada para tratar a anemia.
Um transplante de medula óssea também pode constituir uma solução terapêutica.
Anemias hemolíticas auto-imunes (AHAI)
A anemia hemolítica autoimune pode ser definida como um grupo incomum de distúrbios que podem acontecer a qualquer idade. Em sua maioria, afetam mais mulheres. Ainda é complicado entender sua causa, mas ela pode ocorrer por conta do lúpus eritematoso sistêmico ou linfoma, podendo também ser causada pelo uso de alguns medicamentos, como a penicilina.
No seu tratamento, a primeira escolha costuma ser um corticosteróide, como a prednisona.
Coagulação intravascular disseminada
A coagulação intravascular disseminada (CID ou CIVD) é um processo patológico no qual o sangue começa a coagular por todo o corpo. Isso resulta em uma diminuição de plaquetas, resultando em um risco maior de hemorragia.
Trata-se de uma síndrome clínica mal caracterizada, que consiste na ativação sistêmica da coagulação sanguínea, com a conseguinte formação e deposição de fibrina, provocando trombose microvascular e disfunção isquêmica.
Leucemia
A leucemia é um tipo de câncer maligno que tem como principal característica o acúmulo de células jovens, conhecidas como blásticas, anormais na medula óssea, substituindo as células sanguíneas normais. Alguns dos sintomas do câncer são febre, fraqueza e perda de peso sem algum tipo de esforço.
Para seu tratamento, alguns recursos são utilizados, dependendo do seu tipo, como quimioterapia, terapia biológica, terapia direcionada, terapia de radiação e transplante de células-tronco.
Veja abaixo tipos de Leucemia:
- Leucemia Mieloide Crônica LMC
- Leucemia Mieloide Aguda LMA
- Leucemia Linfoide Crônica LLC
- Leucemia Linfoide Aguda LLA
Mielofibrose Primária
A mielofibrose primária (MFP) é uma doença mieloproliferativa crônica, geralmente idiopática, caracterizada, principalmente, por fibrose da medula óssea, esplenomegalia e anemia com eritrócitos nucleados e dacriócitos.
O diagnóstico ocorre por meio de um exame detalhado da medula óssea e exclusão de outras condições que possam causar mielofibrose secundária. O tratamento costuma ser de suporte, mas os inibidores de JAK 2 como o ruxolitinib diminuem os sintomas.
Principais exames laboratoriais
- mielograma: exames para avaliação da medula óssea, realizado através de uma punção óssea;
- velocidade de hemossedimentação(VHS): uma taxa na qual os eritrócitos precipitam no período de uma hora, medindo, o grau de sedimentação dos glóbulos vermelhos de uma amostra de sangue, num dado intervalo de tempo; e
- tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA): exame laboratorial que avalia a eficiência da via intrínseca na medição da formação do coágulo de fibrina.
Avanços durante os anos
Os avanços científicos e tecnológicos que envolvem hematologia clínica requer grandes pesquisas apoiadas pelo governo. Nos últimos quinze anos, por exemplo, novos equipamentos foram adicionados aos laboratórios que prestam o serviço.
Para fomentar os estudos, foi criada, em 2008, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia, e Terapia Celular (ABHH) com o intuito de trazer novidades para o país, como a terapia celular, uma forma de terapia na qual material celular é injetado num paciente..
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