Início precoce: incidência de câncer em pessoas com menos de 50 anos cresce nas últimas décadas
Publicado em: 19/12/2022, 15:23
Epidemia de câncer? É o que indica a revista acadêmica Nature Reviews Clinical Oncology após análise de estudos e de dados do Observatório Global do Câncer (GLOBOCAN).
O estudo levou em consideração a coleta de informações de 14 tipos da doença, como: mama, colorretal (CCR), endométrio, esôfago, ducto biliar extra-hepático, vesícula biliar, cabeça e pescoço, rim, fígado, medula óssea, pâncreas, próstata, estômago e tireoide.
Devido à frequente associação da doença com idosos, a surpresa do estudo está na idade da população analisada, que revelou um aumento do diagnóstico de cânceres em adultos com menos de 50 anos de idade, o chamado início precoce, ao redor do mundo entre os anos 2000 e 2012.
De onde vem o aumento de casos?
Antes de entrar em termos técnicos ou informações sobre ao que é preciso estar atento para a prevenção do início precoce do câncer, o estudo leva em consideração o avanço das tecnologias presentes atualmente na Medicina.
A constante evolução tecnológica na concepção de diagnósticos torna, a cada dia, a descoberta de patologias mais fácil, precisa e precoce pela equipe médica e pelo paciente.
Ainda que haja mais maneiras de investigação disponíveis no mercado, esse importante dado não explica tudo, pois o estudo também aponta o aumento de alguns tipos de câncer de início precoce em localizações desprovidas de sistema de rastreamento.
Assim, a revista traz um segundo ponto a ser levado em consideração para explicar o aumento de casos: o estilo de vida adotado pela sociedade contemporânea.
Pode até parecer uma informação já distante para o que vivemos atualmente, mas, desde a Revolução Industrial, a maneira como a população se relaciona com o meio em que vive nunca mais foi a mesma.
Dos alimentos altamente industrializados ao sedentarismo, o estilo de vida (consumo de álcool e de substâncias ilícitas), inserido, de lá para cá, na rotina de quem se adapta a essa nova forma de viver em sociedade pode estar relacionado ao aumento de casos de cânceres, segundo a Nature.
estudo levanta, ainda, a necessidade de que mais dados sejam coletados ao redor do mundo, com foco em países com baixa e média rendas. Mas reforça a importância de que as conclusões atuais sejam acompanhadas com atenção, na busca por causas mais precisas e riscos a longo prazo do que essa possível epidemia significa para a população mundial.
Fonte: Nature Reviews Clinical Oncology