Saiba quais são os exames para a detecção da COVID-19
Publicado em: 05/08/2020, 20:41
O novo Coronavírus SARS-CoV-2 tomou conta do planeta neste ano. Além de altamente contagioso, o vírus, causador da COVID-19, apresenta um novo desafio para a humanidade, por ser uma nova doença, muitos detalhes da sua fisiopatologia são desconhecidos, o que ainda gera muitas dúvidas. Para o diagnóstico com mais exatidão foi preciso novas atualizações nos protocolos e avanços nas condutas e tratamento dos pacientes.
A COVID-19 é transmitida basicamente de pessoa a pessoa através de gotículas produzidas nas vias respiratórias das pessoas infectadas. Essas gotículas, quando lançadas no ambiente por meio da tosse, espirros ou secreções, infecta indivíduos próximos. A incubação do vírus dura em média de 5 a 6 dias, podendo se estender de 1 a 14 dias, alguns estudos também indicam a contaminação no estágio de incubação, mesmo que a pessoa ainda não apresente os sintomas, assim como, no estágio final, onde já exista uma evolução do quadro da doença.
Em relação às alterações laboratoriais na doença, alguns índices devem ser levados em consideração. Frequentemente encontra-se alteração nas taxas de Aminotransferases (ALT e AST), Desidrogenase Lática (LDH) e marcadores inflamatórios como Ferritina, Proteína C Reativa (PCR) e Velocidade de Hemossedimentação (VHS). No Hemograma do paciente também é importante observar alguns marcadores. “Em alguns quadros o paciente pode apresentar linfopenia, ou seja, uma quantidade de linfócitos baixa. Já a contagem total de leucócitos pode apresentar-se fora dos padrões, sendo de forma muita elevada ou muito baixa (leucocitose e leucopenia). Também são observadas a elevação da Procalcitocina, que pode ocorrer em casos mais graves, associados a infecções bacterianas secundárias. Alterações nos exames de coagulação também são comuns e valores elevados do Dímero D tem demonstrado uma associação com a gravidade da doença e o aumento no risco de mortalidade”, explica Dr. Carlos Aita, médico responsável pelo laboratório do DB.
Para o diagnóstico mais preciso é fundamental a aplicação dos exames para a detecção da doença. Hoje o mercado apresenta variações nos tipos de exames, desde sua tecnologia para análise, metodologia aplicada e tipo de coleta. O primeiro exame a surgir no mercado foi o RT-PCR, que utiliza da tecnologia molecular. O exame detecta o RNA do vírus na amostra clínica e é indicado principalmente em casos agudos, em pacientes que já estão com sintomas. A detecção eventualmente pode ocorrer já a partir do 3º dia de contágio, mas a sensibilidade aumenta bastante a partir do início dos sintomas e pode se prolongar até em torno de 14 dias da infecção. A coleta é feita por meio de swab de oro e nasofaringe, devendo ser realizada por pessoal devidamente treinado, para evitar o risco de ocorrência de resultados falsos negativos.
Já os exames chamados “sorológicos” detectam a presença dos anticorpos anti SARS-CoV-2 na circulação, e podem ser realizados por diferentes tecnologias incluindo ELISA, Quimioluminescência (CLIA), Eletroquimioluminescência (ECLIA), dentre outras. Os exames conhecidos como “testes rápidos” também realizam a detecção dos anticorpos, mas em geral empregam o método de Imunocromatografia. Todos os exames que avaliam a presença de anticorpos são classificados como exames indiretos, já que fazem a detecção da resposta imune ao vírus, e não da presença do vírus no organismo. A presença do vírus é feita pelo teste de PCR descrito anteriormente.
Existem no mercado diversos kits diagnósticos que permitem a detecção dos anticorpos totais ou das diferentes classes de imunoglobulinas, como IgM, IgA e IgG. Apesar de ter aplicação limitada no diagnóstico do quadro agudo devido ao período de “janela imunológica” da doença, que pode durar até duas semanas após o início dos sintomas, a pesquisa de anticorpos IgA, IgM ou de anticorpos totais pode auxiliar na definição da exposição recente ao SARS-CoV-2. Os anticorpos totais e o IgA começam a mostrar positividade a partir do 7º dia do início dos sintomas, e a sensibilidade aumenta a partir do 15º dia. O IgM pode apresentar o mesmo perfil, mas tende a mostrar sensibilidade discretamente menor, e em algumas situações pode nem mesmo positivar. As concentrações tanto de IgA quanto IgM tendem a decair logo nas primeiras semanas após a resolução do quadro. Em boa parte dos casos se tornam negativas ao final do primeiro mês, embora ainda não esteja completamente estabelecido o seu perfil de evolução na doença. Os anticorpos totais, por outro lado, devem permanecem positivos por longo prazo pelo fato de detectarem também a presença das imunoglobulinas IgG, de memória. Por este motivo, ambos têm aplicação principalmente na investigação da exposição pregressa ao SARS-CoV-2.
Recente no mercado, o exame Ig Total permite a detecção dos anticorpos totais (incluindo IgM e IgG) no soro. Quando realizado pelo método de eletroquimioluminescência (ECLIA) emprega a técnica de duplo antígeno, mostrando elevada especificidade (em torno de 99,8%) deste modo diminuindo muito o risco de resultados falsos positivos como aqueles causados por anticorpos dirigidos a outros coronavírus e outros vírus respiratórios causadores de gripe comum. Em relação à sensibilidade, pode chegar a 100% quando a amostra for obtida a partir do 15º dia de início dos sintomas. A amostra é obtida por coleta de sangue venoso e separação do soro, e o exame é capaz de apresentar resultados em até 18 minutos. A principal indicação do teste é para avaliar a exposição pregressa ao SARS-CoV-2, em pessoas assintomáticas ou que apresentaram quadro clínico sugestivo de COVID-19 há pelo menos 15 dias atrás. Deste modo permitindo uma avaliação epidemiológica e auxiliando a sociedade na elaboração de estratégias que garantam a segurança no momento da reabertura do mercado.
O DB é referência em apoio laboratorial e disponibiliza para os mais de cinco mil laboratórios parceiros em todo o país vários tipos de exames para a detecção da Covid-19, garantindo confiabilidade nos resultados, segurança nas amostras e agilidade nos prazos.
Matéria publicada pela revista NewsLab - Leia na íntegra aqui!