SETEMBRO AMARELO – FALAR SOBRE SUICÍDIO É PRECISO
Publicado em: 31/08/2021, 17:11
Talvez você não saiba, mas talvez haja pessoas que trabalhem a ao seu lado que estejam passando por um momento muito difícil, e precisem desabafar. Talvez você não saiba, mas aquele colega que passa por você desejando “Bom-dia!” tenha depressão, e precise de uma palavra amiga. Talvez você não saiba, mas aquela pessoa que mora na mesma casa com você e dorme ao seu lado, tem pensamentos suicidas e esteja precisando de ajuda. Talvez você simplesmente não saiba o que o outro esteja enfrentando, por isso praticar a solidariedade e a escuta ativa são essenciais para ajudar o próximo.
Há alguns anos, doenças psicológicas, como depressão e ansiedade, ganharam destaques na mídia. Muito tem se falado sobre elas, mas pouco se discute sobre as consequências de uma depressão não tratada. Para muitos que sofrem com quadros agudos, a única saída aparente é o suicídio. Os números de pessoas que tiram a própria vida são alarmantes: a cada 40 segundos um suicídio acontece no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2030, em níveis globais, a depressão será a doença que mais atingirá pessoas.
Pessoas com tendências suicidas estão quase sempre passando por uma doença mental que pode alterar, de forma radical, a percepção que elas têm da realidade. Para ajudar quem está próximo, é preciso se atentar para os fatores de risco:
- Tentativa prévia de suicídio − Pessoas que já tentaram suicídio antes tem cinco vezes mais chance de tentar novamente.
- Demonstração de desespero. Sentimentos de desamparo e de desesperança podem levar a atos impulsivos, principalmente, entre jovens e adolescentes.
- Doenças clínicas não psiquiátricas − Algumas outras doenças já foram também associadas ao suicídio, como a doença de Parkinson, a doença de Huntington, as epilepsias e as doenças reumatológicas.
- Traumas na infância e na adolescência − Crianças que passaram por maus tratos, abuso físico e/ou sexual têm maior tendência ao suicídio.
- Fatores sociais − desemprego, sensação de vergonha, desonra, desilusões amorosas também colaboram para o agravamento da situação.
Como posso ajudar?
Falar é sempre a melhor solução. Muitos acreditam que expor o assunto pode aumentar o risco de suicídio, mas não é verdade. Pergunte sobre os desejos, os anseios e as angústias da pessoa, e mantenha a compaixão. Outra dica de ouro é deixar claro, de forma verdadeira, o quanto aquela pessoa é amada e tem importância na vida de todos ao redor. Esteja sempre disposto a ajudar e a acompanhar os tratamentos indicados.
É preciso desconstruir estigmas e eliminar pensamento como: “Só quer chamar a atenção...” ou “Quem quer se suicidar não fica ameaçando.”. Manter esse tipo de pensamento prejudica o diagnóstico prévio e correto, provocando um tratamento tardio e levando o paciente para fases agudas, ou até mesmo à morte.
E como posso me ajudar? Fique de olho nos sintomas: se você está se sentindo triste, com baixa autoestima, muito desânimo e perdendo o interesse em atividades que antes apreciava, procure auxílio.
Ao menor sinal, busque por psicólogos e psiquiatras e conte com a ajuda do Centro de Valorização a Vida (CVV), que dá apoio emocional e faz prevenção ao suicídio. Ligue 188.
Ao menor sinal, seja a ajuda. Observe, converse e apoie.